terça-feira, 21 de outubro de 2008

Laerte voltou!

Dias atrás, lamentava aqui uma suposta retirada do ar das tirinhas diárias do Laerte, hospedadas no http://camaracom.com.br. Pois, então, inconformado decidi semana passada tentar novamente acessar o link. Não deu certo como da outra vez. Aí, eu tive a "brilhante idéia" de acessar o Oráculo Supremo*, vulgarmente conhecido por Google, que mostrou o caminho. Portanto, tenho o Laerte de novo, todos os dias!

O link é esse: http://camaracom.com.br/portal3/mundo-camara/quadrinhos/

O site, como podem notar, continua o mesmo. Acho que mudaram lá e esqueceram de avisar, ou pelo menos redirecionar o endereço anterior.

Carpe diem!


*Termo cunhado pelo companheiro Aristóteles. Blog do cara: http://aristotelesrocha.blogspot.com/
; no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=14745578311732287491

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

1973: Secos & Molhados e Pink Floyd

Hoje, revirando meus arquivos digitais guardados em DVD’s e num HD externo encontrei os álbuns dos Secos & Molhados de 1973 e 1974. Ao notar o ano de 1973, lembrei que este também foi o ano de lançamento de outro grande álbum, só que em maior escala, “Dark Side Of The Moon”, do Pink Floyd. Ambos revolucionaram o cenário do Rock, no Brasil e na Inglaterra, respectivamente.


Como não possuo os pré-requisitos necessários para fazer uma análise consistente, já que não sou músico, nem tenho idade para avaliar o verdadeiro impacto desses álbuns nos seus lugares de origem, resigno-me a lançar minhas impressões de admirador sobre estes objetos e indicar a “ouvidura” deles. Vale a pena passear pela Net e buscar a tradução das letras do Pink Floyd.


O Secos & Molhados, de acordo com o que li pela Internet afora, pelo contexto histórico e visual surrealista e provocador dos integrantes da banda, em especial Ney Matogrosso, quebraram paradigmas sociais com música e poesia. Foram iconoclastas de uma grandeza perseguida até os nossos dias. No S&M de 1973 (o álbum não tem título), há preciosidades como “Rosa de Hiroshima”, poema de Vinícius de Moraes musicado por Gerson Conrad, “Sangue Latino”, “Primavera nos dentes”. Dá vontade de dançar cada vez que ouço esse álbum, e ao mesmo tempo de só escutar a poesia na voz do Ney.


Do outro lado do mundo, nascia o “Dark Side Of The Moon”, que é considerado por muitos como o álbum que inaugurou o rock progressivo (há quem dê os créditos ao “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles). Até então, não se tinha ouvido um som tão “espacial” e psicodélico, repleto de inovações para a época. Canções como “Us and Them”, “Brain Damage”, “The Great Gig In The Sky” nos carregam para outro lugar, longe daqui. A última citada principalmente.


Enfim, são dois álbuns do caralho! Acredito que aqueles que os ouvirem não se arrependerão. Se se arrependerem, como diriam os ingleses: Sorry! Try again. Ou não. Façam como os caras de 1973: inovem, revolucionem (suas próprias vidas, preferencialmente).

domingo, 12 de outubro de 2008

Penumbra

Penumbra, segundo o dicionário Aurélio eletrônico, acepção 1: Sombra incompleta, produzida por um corpo que não intercepta de todo os raios luminosos. Ótima definição de um estado. Bela metáfora. Estive na penumbra por uns tempos. Hoje, não, tenho o conforto de Vênus, a quem devo meu resgate. A foto abaixo é uma das minhas "criações" preferidas. Gosto de imagens assim.

sábado, 11 de outubro de 2008

Doze anos sem Renato


Há doze anos o silêncio e a inércia mais temida tomara por completo Renato Manfredini Júnior, o nosso Renato Russo, líder da banda de rock mais cultuada do Brasil, Legião Urbana, e autor de canções de conteúdo universalista, na qual gerações se reconhecem até hoje. Nós, os legionários, estamos órfãos desde então.

Renato nos faz chorar, desperta nossa indignação à sociedade, às injustiças que presenciamos todos os dias, como já se disse tantas vezes, parece que Renato entrou em nossas cabeças e tirou de lá nossos mais íntimos sentimentos, dores e desejos. Ele soube ser crítico e poeta.

Não direi que todos os dias escuto Legião Urbana, decerto estou sempre ouvindo, fazendo leituras de mundo a partir da ideologia disseminada por Renato Russo.

Conheço Legião Urbana e Renato desde o tempo em que meu primo Isaac fora morar conosco lá nos idos de 1999, quando este me mostrara numa fita cassete os grandes sucessos da Legião: Será, Tempo perdido, Há tempos, Giz, Faroeste Caboclo e, aquela que mais me emocionou na época, Pais e filhos. Hoje, entre as minhas preferidas figuram músicas esquecidas ou quase desconhecidas como Eu era um lobisomem juvenil, Mil pedaços, Clarisse (que sempre me emociona), Esperando por mim etc.

Para mim, música é uma arte transcendental, uma vez que une poesia, letra e melodia. E Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá souberam fazer isso muito bem. Pena que um tripé não se sustenta em duas pernas e a viagem de Renato acarretou no fim de Legião Urbana. Claro que os demais integrantes têm seu valor, a questão não é esta, Renato é que era iluminado.

Renato continua irradiando sobre nós, pois sua voz ainda ecoa aos nossos ouvidos e mentes. Seja num radinho de pilha ou num Mp3-player, seja num cantarolar ou acompanhado de um violão, só ou acompanhado. Renato certa vez disse: “A verdadeira Legião Urbana são vocês!. Então...

Nós somos a Legião Urbana! Viva Renato Russo!

Urbana Legio omnia vincit

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

See you tomorrow, Laerte!



Há mais ou menos um ano que eu acompanho diariamente as tirinhas do Laerte publicadas na Folha de São Paulo através deste endereço: http://camaracom.com.br/portal3/quadrinhos/; só que agora, como diria Lennon, "o sonho acabou", ou melhor, quase. Dá pra acompanhar as tirinhas do mestre das HQ's brasileiras por aqui.

O problema é que as que eu acompanhava, como essas aí de cima, são muito filósoficas, às vezes de tal modo que sequer se pode intuir seu sentido, ou simplesmente não têm sentido. Estas que estão no Uol são chatas e muito óbvias.

Ainda bem que o André Dahmer, apesar de suas cada vez mais constantes ressacas nível 4, tem um site próprio e não pensa em desativá-lo tão cedo. Afinal, é de lá que ele obtem boa parte de seus rendimentos vendendo seus livros, rabiscos originais, cinzeiros para não-fumantes, camisetas etc.

Sentirei muita falta mesmo do Laerte nonsense.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mundo triste (2)

Esta aí é a última tirinha dos Peanuts (Turma do Charlie Brown) feita pelo mestre Charles Schulz. Ontem eu postei uma do Calvin, que considero "a mais triste"; no entanto, esta também pode ser chamada do mesmo modo. É uma pena, mas a vida... sempre acaba. Sejamos felizes enquanto há tempo!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Mundo triste



Esta foi considerada a tirinha mais triste já feita entre os blogueiros. Porém, por ser apócrifa, ou seja, não foi desenhada pelo criador do Calvin, Bill Watterson, muitos não lhe conferem o devido valor.

Eu sou partidário dos que a consideram a mais triste. Afinal, nunca é muito bonito o momento em que a criança em nós começa a ser esquecida.

Dias atrás revi com meus alunos do 3º ano do Ensino Médio o documentário "Falcão: meninos do tráfico". Desta vez, o depoimento de alguns garotos me chamou atenção não pela violência, e sim pela carência de afeto que todos compartilham. Ainda crianças, mas sem inocência, sem tempo para brincadeiras.

Eu, sinceramente, não gostaria de viver neste mundo. No entanto, não posso fingir que ele não existe.

Saudades do Paraíso


Há algum tempo, acho que já mais de ano, lendo Angústia, outra obra-prima do Graciliano Ramos, deparei-me com uma frase que resume todo o meu sentimento em relação à sociedade (daqui, alhures, de qualquer lugar). Ei-la:

“Minha pátria era a vila perdida no alto da serra, onde a chuva caía numa neblina que escondia tudo. Se eu tivesse ficado ali, ignoraria o resto do mundo.”

Sou meio niilista. Um saudosista completo. O meu paraíso na Terra é um lugar onde a maioria das pessoas não é alfabetizada, se curam com folhas e raízes, acreditam em lobisomem, alma penada, rezam perante uma imagem do Padre Cícero, Frei Damião e outros santos consagrados ou não, emprestam e nem lembram de buscar de volta, a não ser numa precisão, vão à missa, à procissão, recebem pessoas em suas casas e dão-lhes todas as mordomias, sempre oferecem o melhor sem mesquinhez, são pessoas verdadeiras, simples... acima de tudo, pessoas FELIZES.

Sinto saudades do Sertão, da terra que pariu meus avôs e minha mainha.

José Minervino Neto
Branquinha, 06/10/2008

domingo, 5 de outubro de 2008

Vênus e dEUs: o encontro


Somente o transcendental poderia explicar a união de dEUs e Vênus. Eram invisíveis um para o outro, embora percorrendo espaços em comum, respirando o mesmo ar... Até que uma noite, num determinado lugar, o primeiro beijo, o segundo beijo... o primeiro cuidado, as primeiras palavras. Aconteceu. E, hoje, como se imaginariam sós? É bom que se imaginem sempre juntos.

Um poema do Gullar


TRADUZIR-SE
(Ferreira Gullar)

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
que é uma questão
de vida ou morte
será arte?

dEUs é invisível


Uma das grandes habilidades de DEUS é ser invisível. Ele fez tudo e nunca mostrou a cara, segundo a tradição judaico-cristã-islâmica (nesta ordem). Fazer tudo tendo poder para isso não deve ter sido lá muito difícil. Difícil é ser uma criatura em carne e osso e não ser vista, ser vilipendiado todos os dias, esquecido, um número... Logo, EU também tenho superpoderes! EU também sou invisível! E como não posso nem quero ser DEUS, contento-me em ser dEUs, invisível, mas com os olhos bem abertos para o mundo e as coisas boas que nele existem...